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Tuesday, June 28, 2005

Superman: As 4 Estações - Parte 1 - Primavera

É inexplicável a química existente entre o roteirista Jeph Loeb e o desenhista Tim Sale. Eles se completam! Isso para mim se tornou uma verdade universal. Não há como negar: os caras quando trabalham juntos agradam gregos e troianos. Superman: As 4 Estações vem confirmar essa tese que também seria, mais tarde, reforçada em outras minisséries como: Demolidor: Amarelo, Homem Aranha: Azul, Hulk: Cinza etc. A fórmula é simples – eles trabalham com personagens tradicionais e re-contam as suas respectivas origens ou partes delas com outra abordagem, sem mudanças bruscas e/ou radicais. A palavra certa aqui para definir o trabalho da dupla é “releitura”! Sim, Loeb e Sale fazem uma releitura, ao mesmo tempo, original (se considerarmos que uma boa leitura pode ser original) e cheia de referências e homenagens aos criadores desses heróis.
Superman: As 4 Estações é uma história simples. Diretamente, é a gênese do herói e mito kriptoniano/humano com uma nova roupagem. Todo mundo está careca de saber de como surgiu o Superman, mas isso pouco importa. O texto de Loeb e a arte de Sale prendem o leitor de tal forma que quase não percebemos a sensação de deja vu. O ponto de partida da história mostra um Clark Kent adolescente, prestes a concluir o colegial em Pequenópolis (a tradução em português para Smallville – palavra, atualmente, mais na moda). A adolescência em si e a descoberta de poderes super-humanos criam muitas dúvidas no inexperiente Kent. Como todo adolescente, o nosso protagonista é, mentalmente, bombardeado por inúmeras perguntas, do tipo: o que fazer da vida? Qual rumo seguir? O que ser quando crescer? Além, das dúvidas adicionais por seu um “super-ser”: Quando poderei usar meus poderes? O que fazer para ajudar as pessoas? Será que fiz menos do que deveria ter feito?
Isso é interessante porque, quando eu era criança, sempre vi o Super num pedestal inalcançável – o cara parecia que não era atingido por nada e, conseqüentemente, esse mito do herói perfeito, indestrutível tornava-o mais distante de nós, pobres mortais. A versão de Loeb/Sale modernizou esse mito, tornando-o mais palpável, mais “humano” na verdadeira acepção da palavra, com dúvidas e incertezas próprias de um... ser humano. O que eles fizeram nessa minissérie foi seguido à risca pela popular série de TV – Smallville. Até o próprio Loeb foi trabalhar como consultor (e autor de alguns roteiros) para essa série. Contudo, ainda prefiro a versão em quadrinhos!
A preferência não é por acaso. As 4 Estações têm lá suas qualidades, principalmente, qualidade literárias. Sim, é isso mesmo que vocês leram, incautos leitores! Encaro o trabalho da dupla nessa mini uma pequena obra ícone-literária. Os dois artistas souberam usar adequadamente metáforas (o uso das estações – do tempo – para representar o amadurecimento do protagonista), há também imagens eficientes (Sale faz um excelente trabalho, criando belíssimos painéis, enfim, usando sua arte para ratificar mais uma vez o conhecido ditado: uma imagem vale mais do que mil palavras) e a correta escolha do narrador (ou melhor, dos narradores) (a história é contada sob o ponto de vista de diferentes narradores – nesse primeiro número quem narra é o pai adotivo de Clark – Jonathan). Esse artifício difere um pouquinho das narrativas padrões – de primeira pessoa ou da narração onisciente – o que é muito bom para a história.
Essa primeira parte – A Primavera – termina quando Clark chega a Metropólis e apresenta seu novo trabalho (de jornalista, é claro) e seus novos amigos (a jornalista Lois Lane, o editor e chefe Perry White e o jovem fotógrafo Jimmy Olsen).
As 4 Estações é isso, arte limpa, grandes painéis e diálogos eficientes. Resultado: clássico instantâneo e leitura obrigatória tanto para os leitores iniciantes como para os antigos (como eu).

1 Comments:

Blogger Iris Taína Daval de Oliveira said...

Amor,
To aki só pra dizer q passei por aki...
Estou me inteirando cada vez + com o mundo das HQs..hehe.

Bjinhosssssss....

6:56 PM  

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